Como a falta de chuva está afetando o seu bolso e o que fazer para se proteger contra as altas tarifas energéticas

Provavelmente você já percebeu que nos últimos meses a sua conta de luz tem ficado cada vez mais cara. Mas você sabe por que isso tem acontecido? E o mais importante, sabe como você pode se blindar desses aumentos? Pega o café, coloca o óculos de leitura e vamos descobrir juntos o que está acontecendo com nosso setor energético brasileiro.

Tempo Seco - Chao rachado - Sou Vagalume

1. Crise hídrica

Sabe-se que a maior parte da energia elétrica do Brasil ainda é gerada por usinas hidroelétricas. Por isso, é tão preocupante quando todos os jornais do país passam a alertar sobre a mais severa estiagem enfrentada pelo Brasil nos últimos 91 anos e como isso resultou em uma redução significativa no nível dos reservatórios das nossas usinas hidrelétricas. Segundo Pedro Luiz Côrtes, professor da Escola de Comunicações e Artes (ECA) e do programa de pós-graduação em Ciência Ambiental do Instituto de Energia e Ambiente (IEE), dois fatores meteorológicos se somaram e fizeram com que isso ocorresse.

O primeiro fator foi provocado pelo La Ninã, um evento natural que, ao contrário do El Niño, é definido pelo resfriamento anormal da superfície das águas da região da linha equatorial do Oceano Pacífico. Essa alteração afeta os padrões de chuvas e temperaturas ao redor do mundo. Aqui no Brasil, houve uma escassez de chuvas muito severa e consequentemente um verão muito seco nos Estados do Sul e São Paulo.

O segundo fator, foi a também escassez de chuvas, porém da região centro sul do Brasil e na bacia do Paraná. O governo federal e a Agência Nacional de Águas e Saneamento (ANA), publicaram em julho desse ano, um alerta de emergência hídrica nessa região e que afetou principalmente Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e o Distrito Federal.

 

2. Cuidar do meio ambiente para cuidar da economia

Os grandes reservatórios do setor elétrico brasileiro não são reservatórios anuais, ou seja, eles não se esvaziam e enchem em um período de um ano. Contamos com reservatórios plurianuais, o que significa que esses reservatórios foram planejados para suportar secas de até cinco anos. Então, porque mesmo assim, estamos vendo esse sistema enfrentar redução do seu nível médio de água?

Isso vem ocorrendo, não só pela severa seca que tivemos em 2021, mas também por outro fator que vem ocorrendo a muito mais tempo. Esse fator é a estiagem causada pela redução das chuvas que vêm pelos rios voadores da Amazônia, consequência do desmatamento.

Segundo o climatologista Carlos Nobre, conhecido mundialmente por seus estudos das mudanças climáticas, “a estiagem que ameaça a geração de energia é a mais recente prova da dependência da economia brasileira do ambiente. Não existe boa gestão de energia sem boa gestão do clima”.

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3. O que aprendemos com o apagão de 2001?

Ao olhar para o passado da gestão de energia do país, encontramos outro grande vilão para a crise energética que estamos enfrentando, a falta de diversificação da matriz energética.

Com falta de água nos reservatórios é necessário a criação de bandeiras tarifárias (e agora foi criada mais uma, a bandeira escassez hídrica). Isso acontece, porque não conseguimos gerar toda a demanda de energia através das usinas hidrelétricas, por isso precisamos recorrer a outros tipos de usinas, no cenário atual, as usinas térmicas. Grande parte dessas usinas utilizam a queima de gás ou óleo para gerar energia, que são combustíveis caros e isso quem paga somos nós consumidores através das tarifa mais caras de energia.

Diferente da crise energética de 2001, mais conhecida como o “apagão de 2001” onde a matriz energética brasileira era composta quase exclusivamente de hidroelétricas e algumas poucas usinas nucleares e termoelétricas, hoje as usinas eólicas e solares respondem por quase 12% (em 2001, não respondiam nem por 1%). Mesmo assim, com mais de 65% da geração do país ainda dependente das hidroelétricas, ao enfrentarmos crises hídricas como a atual, se vê necessário o uso mais intensivo das termoelétricas, que hoje geram cerca de 20% da demanda.

Logo, a lição que aprendemos com a crise de 2001 foi a necessidade da diversificação da nossa matriz energética. Por isso, em 2002, o então governo criou o PROINFRA, Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (Lei nº 10.438/2002) que impulsiona o investimento em projetos de energia renovável. Além de fontes de energia renovável serem menos poluentes e gerarem um menor impacto ambiental, ainda nos distanciamos da dependência da geração de energia exclusivamente de usinas hidroelétricas e térmicas!

 

4. Como driblar a crise atual e impedir que novas aconteçam

Por fim, o que pode ser feito, por nós, consumidores finais, é divido em duas ações. Em relação à proteção do nosso setor energético brasileiro, devemos apostar em políticas públicas com objetivos econômicos e ambientais muito fortes. Esse é um primeiro passo.

E para proteger nosso bolso, podemos apostar também nas fontes renováveis. Além de contribuírem para o meio ambiente, também contribuem para que paguemos menos em nossa conta de energia.

Soluções como a da Sou Vagalume são pontuais para quem deseja aderir ao consumo de energias renováveis, mas não deseja realizar altos investimentos ou se preocupar com obras. Isso é possível através de planos de energia solar por assinatura para residências, empresas e até propriedades rurais. Ou seja, economia na tarifa de energia de até 20%, contribuição para o meio ambiente e zero preocupações com novos gastos.

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